Dieguinho, do Ceará, fala sobre saúde mental e incentiva busca por ajuda: “Importante se cuidar”
Notícias do Ceará
05/05/2025
Volante do Ceará, Dieguinho foi questionado sobre saúde mental no meio do mundo do futebol. O atleta falou que é uma importante pauta a ser tratada, revelou que em um ex-clube chegou a ter crises de ansiedade e incentivou que pessoas busquem ajuda profissional.
Um dos destaques do Vozão na temporada, o meio-campista foi selecionado para dar entrevista coletiva do pré-jogo contra o Vitória-BA, duelo em que o Alvinegro saiu vitorioso pelo placar de 1 a 0, no estádio Presidente Vargas, pela 7ª rodada da Série A do Brasileirão. Uma das perguntas foi a respeito da saúde mental dos atletas, já que futebol é um meio que convive diariamente sob pressão por resultados positivos.
O atleta falou sobre o assunto por mais de quatro minutos dando reforço à importância de tratar questões psicológicas com um profissional da área. Enquanto opinava, Dieguinhochegou a revelar que quando estava no Boa Esporte-MG, durante o período da pandemia, ele sofreu com crises de ansiedade e encontrou ajuda na fé e também em sua esposa, pois na épocanão tinha um apoio profissional para isso.
O volante ainda foi além e disse que toda profissão tem, sim, sua pressão, cada um à sua maneira, opinou que a pauta sobre saúde psicológica tem que ser algo a ser tratado no futebol desde as categorias de base junto às jovens promessas.
Volante Dieguinho. Foto: Gabriel Silva / Ceará SC
“É uma pauta muito importante. Passei por uma situação parecida. Estava no Boa Esporte e assim que cheguei, na pandemia de 2020, aconteceram algumas situações em que em determinado momento me deu crise de ansiedade e eu não tinha ajuda psicológica de um profissional. Eu sou um cara que busco muito a Deus, sou cristão e buscando a Deus, conversando com minha esposa – que foi uma pessoa que me ajudou muito naquele momento… Eu tinha acabado de chegar no Boa Esporte e aconteceram algumas situações que deixaram muita dúvida na minha cabeça sobre meu futuro. Buscando a Deus, orando, conversando com minha esposa e depois voltando aos treinos, eu consegui (superar)”, iniciou Dieguinho.
“Mas, é muito importante a ajuda de um profissional qualificado para isso. Tem gente que fala que futebol não tem pressão, mas toda profissão tem pressão. Claro que a pressão que eu sofro é diferente da pressão que você sofre. A pressão que eu sofro hoje, é diferente da pressão que meu pai sofria quando ele saia para trabalhar à noite, que ele trabalhava no Ceasa quando tinha 14 anos. (…) No futebol a gente já viu jogador parando por causa disso (depressão). A gente não pode descartar esse assunto, que é muito importante. Tem que vir desde a base cuidar da saúde mental. Muitas vezes, a gente foca muito na saúde física e eu creio que o mental comanda tudo. É importante a gente falar disso, é importante a gente se cuidar”, afirmou o volante.
Foto: Felipe Santos / Ceará SC
VEJA A FALA COMPLETA DE DIEGUINHO, DO CEARÁ, SOBRE SAÚDE MENTAL NO FUTEBOL
“É uma pauta muito importante. Passei por uma situação parecida, mas na época não tinha ajuda de um profissional. Estava no Boa Esporte e assim que cheguei, na pandemia de 2020, aconteceram algumas situações em que em determinado momento me deu crise de ansiedade e eu não tinha ajuda psicológica de um profissional. Eu sou um cara que busco muito a Deus, sou cristão e buscando a Deus, conversando com minha esposa – que foi uma pessoa que me ajudou muito naquele momento.
Eu tinha acabado de chegar no Boa Esporte e aconteceram algumas situações que deixaram muita dúvida na minha cabeça sobre meu futuro. Buscando a Deus, orando, conversando com minha esposa e depois voltando aos treinos eu consegui (superar). Mas, é muito importante a ajuda de um profissional qualificado para isso. Tem gente que fala que futebol não tem pressão, mas toda profissão tem pressão.
Claro que a pressão que eu sofro é diferente da pressão que você sofre. A pressão que eu sofro hoje, é diferente da pressão que meu pai sofria quando ele saia para trabalhar à noite, que ele trabalhava no Seasa quando tinha 14 anos. A gente é de comunidade, nascido e criado, meu pai saindo para trabalhar cerca de 22h, acontece um tiroteio e um policial mata um traficante na frente do meu portão e meu pai tendo que sair para trabalhar.
E eu imagino a pressão na cabeça do meu pai, porque se não vai ao trabalho poderia ter sido mandado embora. Ele teve que esperar acalmar a situação e teve que ir trabalhar naquela noite. Não ficou em casa esperando o tempo passar, esperando o outro dia. Então, a pressão que eu sofro é diferente da pressão que meu pai sofreu naquele dia, que sofreu na vida dele trabalhando para poder colocar comida na mesa para mim e minhas irmãs.
A gente sofre pressão, sim, porque a gente é cobrado. Não é só a gente, é nossa família que depende da gente, os torcedores que dependem dos resultados para ficarem felizes, vai ao estádio para ficar feliz, são os funcionários do clube que dependem do resultado também para ter seu pão de cada dia.
Então, a gente tem que olhar para tudo isso. Se eu olhar só para mim, vou estar sendo egoísta. Porque tenho meu contrato e posso ‘sentar em cima’ do meu contrato, mas têm pessoas que precisam do meu bom desempenho. O que eu coloco na minha cabeça para poder suportar essa pressão é saber quem eu sou.
O torcedor tem elogiado bastante, mas, vai ter o momento que eu for mal, o torcedor vai criticar. Então, se eu souber quem eu sou, não vou me iludir com elogio, não vou me abater com crítica e vou continuar meu trabalho. Essa coisa de você colocar na sua cabeça de saber quem você é, ajuda bastante nessa situação psicológica.
E, com certeza, a gente não pode descartar ajuda de um profissional. Aqui no clube a gente tem nosso psicólogo. A gente não pode descartar isso, porque, hoje em dia, a gente tem visto essa questão de depressão e é muito importante. No futebol a gente já viu jogador parando por causa disso (depressão).
A gente não pode descartar esse assunto que é muito importante. Tem que vir desde a base cuidar da saúde mental. Muitas vezes, a gente foca muito na saúde física e eu creio que o mental comanda tudo. É importante a gente falar disso, é importante a gente se cuidar.
O recado que eu deixo é saber quem você é. Trabalha nisso porque no futebol a gente tem elogios e críticas o tempo todo. Sabendo quem a gente é, vai conseguir manter centralizado nosso trabalho, independente do momento”.